POESIA SEMPRE – Revista Literária da Biblioteca Nacional – Antonio Cabral Filho – RJ

PSEMPRE

POESIA SEMPRE

Revista Literária da Biblioteca Nacional

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Vão-se já 20 anos realizando um trabalho dos mais profícuos em termos editoriais. POESIA SEMPRE foi criada em 1993, sob a direção nada mais nada menos que do conceituadíssimo Afonso Romano de Sant’Anna. Não é surpresa dizer que cada número continua sendo uma conquista, pois não depende da vontade do Editor. Aliás, quase nada dele. Pois neste país “ao sabor dos ventos” ninguém vai apostar no “amanhã…”. Mas uma característica especial de POESIA SEMPRE tem sido trazer matérias especiais a cada edição, ou seja, cada edição é uma matéria especial, desde o seu primeiro número, quando homenageou a poesia latinoamericana.  Depois, seguindo essa linha, cobriu Europa, EUA, Japão, Irã, África, Mundo Árabe, até passar a dedicar seus focos a autores brasileiros, iniciando por Cruz e Souza. Este número postado acima cobre a Poesia Mineira e faz uma retrospectiva completa, iniciando com os Poetas Clássicos Mineiros, depois Poetas Modernistas Mineiros, chegando aos “Poetas do Após-Modernismo Mineiro até a Atualidade”.

Mas para celebrar essa iniciativa, o também e então Editor Afonso, este Henrique Neto, em 2012, decidiu homenagear o Criador da Criatura, entrevistando Afonso Romano de Sant’Anna para realçar “nossas gerais”. Letícia Malard faz uma radiografia período por período, autor por autor, para situar o leitor contemporâneo com a riqueza de cada um. Mas a seção dos “Poetas do Após-Modernismo Mineiro até a Atualidade” é a que me fala mais diretamente, pois encontra-se entre seus nomes alguns com os quais travei contato lírico e deixo aqui seus nomes para que os amigos confiram: Affonso Ávila, Adélia Prado,Afonso R. de Sant’Anna, Ronald werneck, Ronald Claver, Paulinho Assunção, Antonio Barreto, Iacyr Anderson Freitas, Adão Ventura, Sebastião Nunes e Aricy Curvello.  Fora isso, Letícia Malard informa ” …esses poetas ( mineiros ) nossos de cada dia parecem estar fascinados … por uma escrita “que faça estremecer a língua da letra e dos programas já assentados do ver/fazer/viver o tempo e a poesia”.

A BAIXO, 

algumas edições

POESIA SEMPRE

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&

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LIRA DOS QUINZE ANOS – REVISTA POETIZANDO * Antonio Cabral Filho – RJ

p38a

REVISTA POETIZANDO Nº 38 – 2010

EDITORES:

EUNICE MENDES

WALMOR DARIO SANTOS COLMENERO

São Vicente – SP

http://www.revistapoetizando.blogspot.com.br/ 

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Oh que alívio que eu tenho
daqueles colegas de infância
com seus mundos cor-de-rosa,
heróis de história em quadrinho,
coca-cola, chiclete, carmanguia,
lencinhos perfumados, documentos,
sem sombra de movimentos
que os anos não trazem mais.
 *
Como eram frios os versos
profundamente românticos!
Mas contra os versos
profundamente românticos
a alma dos versos meus
é francamente livre
e cospe na cara do eu-lírico
que caça borboletas azuis.
 *
Oh que alegria que eu trago
das minhas gazetas da infância,
daquelas tardes jongueiras
à sombra dos oitiseiros
entre o Largo da Carioca
e o Tabuleiro da Baiana
com tudo quanto é quitute,
cuscuz, cocada, quindins
e os chamegos da mulata.
 *
Oh que saudades que eu tenho
da minha Avenida Central,
avenida dos meus sonhos
colhidos na Cinelândia
e comidos nos Arcos da Lapa
por alguma linda Brigite
com beijo gosto de menta
e seios de Marilyn Monroe.
 *
Pobre do espírito pudico
que nunca esbarrou com Cupido!
Jamais se esbaldou
nas tabernas da Praça Mauá
degustando “Cuba-Libre”
com as nossas Bardots,
nem trocou beijos calientes
entre senha e contrassenha
com alguma companheira
aos cicios “pela revolução!”
nas esquinas da Rio Branco.
 *
Livre filho suburbano
desfilava satisfeito
por meu boulevard sem Paris
da minha Avenida Central,
que só virou Rio Branco
para agradar ditos-cujos,
e ria com meus olhos leigos
da anarquia arquitetônica
daquele casario sem eiras,
que o Pereira “passo” extinguiu
com um só “bota-baixo”.
 *
Naqueles tempos ruidosos
de ardente adolescência,
papai montava a cavalo
e saia pra campear,
mamãe brandia o chicote
e o leite fervia
no fogão a lenha,
eu era pingente de trem
e oficie-boy da Light
e Che Guevara era bandeira
nas barricadas de Paris.
*
Ai que saudades que eu tenho
da Avenida Rio Branco
como um palco a céu aberto
p’rum coro de cem mil vozes
cantando Geraldo Vandré:
“Vem, vamos embora,
que esperar não é saber.
Quem sabe faz a hora
não espera acontecer.”
 *
Mas “saudade” que eu sinto,
“saudades” que me doem fundo mesmo,
são da Avenida Rio Branco
na passeata dos Cem Mil
no auge dos meus quinze anos,
daquela gente bronzeada
mostrando tanto valor
só pra mudar o Brasil,
dos “bailes” que eu dei nos “ome”
na Biblioteca Nacional
com o saco de bola de gude,
do Wladimir trepado no poste
gritando “Abaixo a Ditadura!”
alheio ao gás lacrimogêneo,
das balas com endereço certo
e o sangue correndo solto……
……………………………………………
São “saudades” que a palavra
lhes recusa a assinatura,
coisas muito duras para esquecer
como diz o Rei Roberto,
mas me fazem muito bem
que os anos não tragam mais.
 *
Por isso eu sigo cantando
“Caminhando” com Vandré:
“Vem, vamos embora,
que esperar não é saber.
Quem sabe faz a hora,
não espera acontecer!”
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GONÇALVES DIAS E AS CANÇÕES DO EXÍLIO * Antonio Cabral Filho – RJ

GDIAS

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GONÇALVES DIAS E AS CANÇÕES DO EXÍLIO,

acho que retirei estes recortes do Portal do Professor. Sinceramente eu não me lembro de onde peguei, mas acho tão boa essa “brincadeira” que vários autores já fizeram com o poema do bardo maranhense, que nem liguei para esse detalhe. Mas compare os poemas dos nossos contemporâneos com o poema-pai e se deleitem nas maravilhas da criação poética. Abraços!! 

Quando puder, acesse….http://letrastaquarenses.blogspot.com.br/ 

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